domingo, 25 de janeiro de 2009

Atenção para o risco da Febre Amarela


Em 24 de outubro de 2008, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS) recebeu a notificação das primeiras mortes de primatas não humanos (PNH) em municípios da região Centro-Noroeste do Rio Grande do Sul sendo, portanto, confirmada laboratorialmente a circulação do vírus da febre amarela no Estado. A partir desses eventos, foram, imediatamente, intensificadas as ações de vigilância epidemiológica, ambiental, entomológica e de vigilância de epizootias, bem como as ações de prevenção e controle.
De outubro de 2008 até 15 de janeiro de 2009, foram notificados 228 eventos envolvendo a morte de macacos, que totalizaram 622 animais mortos, distribuídos em 62 municípios em diferentes regiões do Estado. Destes, 23 municípios tiveram epizootias prováveis ou confirmadas por febre amarela silvestre.
A partir de 10 de dezembro de 2008, foram notificados um total de seis casos suspeitos de febre amarela silvestre. Do total das notificações, dois casos foram confirmados como febre amarela de transmissão silvestre e ambos evoluíram para o óbito, sendo um com data do início dos sintomas no dia 18 de dezembro de 2008 e outro no dia 28 de dezembro de 2008. Outros três casos permanecem em investigação, e um foi descartado. O local provável de infecção de um dos casos confirmados foi em área rural do município de Pirapó, possivelmente durante atividade de pescaria. O outro caso confirmado permanece em investigação quanto ao local provável de infecção, e as hipóteses possíveis são atividade em localidade rural do município de Eugênio de Castro ou durante atividade de lazer em beira de córrego situado no município de Santo Ângelo.
Quando a vacina é desnecessária
O diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz, alerta a população que não precisa tomar a vacina caso não resida nem viaje aos municípios considerados área de risco. "A vacina contra a febre amarela não é inócua, ela pode provocar reações diferentes nas pessoas. Como em qualquer outra situação, só se toma vacina quando há risco à saúde. Se não há risco não é necessário submeter-se às reações da vacina", enfatizou o médico.
Hoje 110 municípios do Noroeste gaúcho e região Central do Estado são considerados áreas de risco da febre amarela, dos quais 52 já eram área de risco e a população já vinha sendo vacinada. Noutros 57 municípios, o risco começou agora com a incidência confirmada de bugios mortos com a doença, como em Júlio de Castilhos, no centro do Estado. Técnicos da Secretaria Estadual de Saúde monitoram a situação desde 2002, quando registraram os primeiros casos de animais mortos com a doença.


Municípios das áreas de risco

Alecrim, Alpestre, Ametista do Sul, Barra do Guarita, Bossoroca, Caiçara, Campina das Missões, Cândido Godói, Crissiumal, Derrubadas, Dezesseis de Novembro, Doutor Maurício Cardoso, Esperança do Sul, Frederico Westphalen, Garruchos, Horizontina, Iraí, Itacurubi, Jaguari, Jari, Mata, Nova Candelária, Nova Esperança do Sul, Novo Machado, Palmitinho, Pinheirinho do Vale, Pirapó, Planalto, Porto Lucena, Porto Mauá, Porto Vera Cruz, Porto Xavier, Roque Gonzales, Santiago, Santo Antônio das Missões, Santo Cristo, São Borja, São Francisco de Assis, São Luiz Gonzaga, São Nicolau, São Paulo das Missões, São Pedro do Sul, São Vicente do Sul, Tenente Portela, Tiradentes do Sul, Toropi, Três Passos, Tucunduva, Tuparendi, Vicente Dutra, Vista Alegre, Vista Gaúcha, Ajuricaba, Augusto Pestana, Boa Vista do Cadeado, Bom Progresso, Bozano, Caibaté, Capão do Cipó, Catuípe, Cerro Largo, Chiapetta, Coronel Barros, Cruz Alta, Entre-Ijuís, Eugênio de Castro, Giruá, Guarani das Missões, Humaitá, Ijuí, Jóia, Mato Queimado, Miraguaí, Nova Ramada, Pejuçara, Rolador, Salvador das Missões, Santa Rosa, Santo Ângelo, São Miguel das Missões, São Pedro do Butiá, Senador Salgado Filho, Sete de Setembro, Três de Maio, Tupanciretã, Ubiretama, Vitória das Missões, Alto Alegre, Boa Vista do Incra, Campos Borges, Espumoso, Fortaleza dos Valos, Jacuizinho, Júlio de Castilhos, Maçambara, Quevedos, Quinze de Novembro, Salto do Jacuí e Unistalda, Estrela Velha, Faxinal do Soturno, Itaara, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Santa Maria, São João do Polesini, São Martinho da Serra, Silveira Martins, Vitória das Missões e Soledade.


Febre Amarela
A Febre Amarela (FA), arbovirose causadora de morbidade e alta letalidade em regiões tropicais da África e das Américas, é uma doença febril aguda, de curta duração, cujo agente etiológico é um arbovírus (Flavivírus). Primatas Não Humanos (PNH), sobretudo bugios, gênero Alouatta, são os principais hospedeiros do vírus amarílico. Os vetores mais importantes, na América Latina, são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Na FA Silvestre, ocorre infecção acidental quando uma pessoa susceptível interfere no ciclo enzoótico natural e infecta-se ao penetrar na mata e ser picada por mosquito infectado.
No Brasil, nos últimos anos a FA Silvestre vem se manifestando fora de seus limites habituais de ocorrência, na forma de epidemias na região sudeste e Centro Oeste e epizootias em PNH na região sul (Rio Grande do Sul), com reativação de focos antigos, silenciosos há várias décadas (Bahia, São Paulo, Paraná).

Onde podem se vacinar?
- Em Colinas não há vacinação para febre amarela.
- Estrela - Posto de Saúde Central. Fone: 3981-1118. Quartas-feiras, das 12h às 16h.
- Lajeado - Posto de Saúde Central. Fone: 3714-2636. Terças-feiras, das 8h às 12h.

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